Autor: Juliano Moreno
Sobre a obra
Juliano Moreno escreve desde a fronteira enigmática que separa a tragédia do clichê, a dor da banalização da dor. Night clubs, inferninhos, travestis, lavagem de dinheiro e abatedouros disfarçam sentimentos extremos e vidas agoniadas. Este limite entre o sofrimento e a venalidade produz um mundo de dejetos e de almas descartáveis, em que as diferenças se anulam e a vida se esfria e se banaliza. Por vezes, a dor toma formas ainda mais medonhas, por exemplo, quando Juliano se aproxima dos meninos de rua, presos em um universo sem saída, de suicídios, decadências e overdoses. Margens do Brasil, mas também fronteiras do literário, ali onde o real parece suplantar qualquer possibilidade de imaginação, onde quase se basta. A escrita de Juliano Moreno evoca, ainda, a estética limítrofe de um cineasta valente como Pedro Almodóvar, com seus filmes sobrecarregados de objetos de consumo e de cores berrantes. Ele faz, assim, um jogo esperto com o clichê que, em vez de levar à piada fácil, conduz aos subterrâneos da alma. É o que ocorre no relato sobre o atentado de 11 de setembro. Na fuga, a personagem Carlos do conto "A Sereia?!" tropeça em uma mulher gorda, que poderia ter saído de um filme de Almodóvar, mas na verdade foge da morte. A mudança de sexo também é almodovariana, já que tira da tragédia o imprevisto. Elementos inesperados, que não combinam entre si e que parecem se excluir, se unem na pena de Juliano Moreno, para traçar um retrato paradoxal, mas verdadeiro, do real.
José Castello
Sobre o autor
Juliano Moreno é bacharel em direito; professor universitário, mestre em história pela UFMT, escritor, produtor cultural do Projeto Palavra Aberta, e editor da revista de poesia "Fagulha".
Edição: 1ª
Data de Publicação: 2006
ISBN: 85-99146-29-7
Tamanho: 12 x 18 cm
Nº de páginas: 64
Gênero: Literatura / Contos
Editora: Carlini & Caniato Editorial
Preço: 16,00
Contatos:
Editora TantaTinta/Carlini & Caniato
(65)3023-5714/5715
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