quinta-feira, 25 de março de 2010

Editora inscreve ‘As jagunças’ no Prêmio São Paulo

Narrativa de Romulo Nétto, que integra a ‘Trilogia dos Gerais’, publicado pela Carlini & Caniato disputa a 3ª edição de um dos principais prêmios editoriais do Brasil




Com uma trajetória literária que chega aos 30 anos em 2010 e dono de um estilo textual forte, o escritor Romulo Nétto, mineiro radicado em Cuiabá, é um dos representantes da literatura de Mato Grosso no Prêmio São Paulo de Literatura. A editora Carlini & Caniato, responsável pela publicação em 2009 da ‘Trilogia dos Gerais’, inscreveu ‘As jagunças’ nesta terceira edição do concurso. Organizado pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o Prêmio São Paulo de Literatura já contemplou nas duas edições anteriores grandes nomes da literatura brasileira, entre eles Ronaldo Correia de Brito, de ‘Galiléia’, e Cristóvão Tezza, autor de ‘O Filho Eterno’. A cada edição a Secretaria de Estado da Cultura contempla um autor estreante e o melhor livro de ficção do ano.

“Participar de um prêmio de grande envergadura, como o São Paulo de Literatura, é um estímulo tremendo. Consiste numa oportunidade de apresentar seu trabalho para um novo público, além de ter a certeza de uma análise construtiva da literatura que vive dentro do autor”, analisou. Para 2010 a Carlini & Caniato irá publicar seis livros de Nétto, entre eles ‘Tatão Malemais, o capador de anjos’. Além de ‘As jagunças’, a ‘Trilogia dos Gerais’ é composta ainda por ‘Filisberto das Âncoras’ e ‘Contos dos Gerais’. As narrativas de Nétto retratam a vivência e os sofrimentos no sertão mineiro, trazendo à tona personagens marcantes, como as mulheres que compõem o bando de ‘As jagunças’. Nétto revela um jeito independente de estruturar seus personagens dentro do romance, assim cada capítulo em ‘As jagunças’ é uma micro novela, alicerçada em biografias femininas que, em outros momentos da trama, se complementam.

Lido por grandes personalidades brasileiras, como o poeta Manoel de Barros, Nétto é jornalista formado pela Universidade de Brasília. Trabalhou na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), onde ocupou o cargo de supervisor de imprensa entre 1979 e 1991. Seu estilo literário, marcado pela fluência textual, livre de vírgulas por exemplo, começou a ser experimentado em 1968 e pode ser conferido em ‘As jagunças’.
Os finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura vão ser conhecidos durante o III Festival da Mantiqueira ‘Diálogos com a literatura’, que ocorrerá entre os dias 28 e 30 de maio, na cidade paulista de São Francisco de Xavier. A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo divulgará os dois vencedores no dia 2 de agosto em cerimônia que será organizada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. No ano passado, o concurso recebeu 217 inscrições e os vencedores foram ‘Galiléia’, de Ronaldo Correia de Brito, melhor livro de 2009, e ‘A parede no escuro’, de Altair Martins, como autor estreante. Em 2008, na 1ª edição, Cristóvão Tezza, com ‘O Filho Eterno’ conquistou o melhor livro de ficção e a estreante Tatiana Salem Levy venceu com ‘A chave de casa’.