quinta-feira, 29 de março de 2007

Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre

Autor: Ricardo Guilherme Dicke

R.G. Dicke faz lançamento nacional de seu mais novo livro
Carlini & Caniato Editorial e Cathedral Publicações colocam no mercado brasileiro "Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre", obra mais recente de um dos maiores escritores brasileiros

Neusa Baptista
"Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre" é o nome da mais recente obra do escritor mato-grossense Ricardo Guilherme Dicke, que as editoras Carlini & Caniato Editorial e Cathedral Publicações, de Cuiabá, MT, colocam no mercado nacional neste mês de janeiro. A obra já foi lançada em Cuiabá, durante a Literamérica 2006 – Feira Sul-americana do Livro, em setembro último e teve repercussão nacional, merecendo matéria de página no caderno 2 do Estadão e citações em vários sites e revistas eletrônicas especializadas em literatura, entre eles o Rascunho.
Agora, animada com a boa repercussão, as editoras está fazendo o lançamento para todo o País. Embora "Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre" já se encontra na Livraria Cultura, de São Paulo, onde figura com destaque, os editores querem ampliar a distribuição. "Um escritor como Ricardo Guilherme Dicke não pode ficar restrito a Mato Grosso. É preciso ser lido e admirado por todos os brasileiros, assim como nós o admiramos", afirma Elaine.
- Fabulosos, rodopiantes mundos da ilusão! A gente vive no mundo da sedução: revistas e jornais repletos de insinuações, televisão com as mulheres convidando, assim tão sem mais nem menos; pelas ruas elas andam nuas, nas rádios vozes ciciantes que sussurram no mundo da sedução, de manhã à noite e da noite à manhã (...)."
Assim, apaixonadamente, começa o primeiro parágrafo do livro "Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre". O trecho, que reproduz a fala de um dos personagens do conto "Toada do Esquecido", atinge abruptamente o leitor. É o início de uma viagem nem sempre fácil pelo universo do escritor mato-grossense, que em 2007 completa 71 anos. Ele nasceu na bela e mística Chapada dos Guimarães, a 60 quilômetros de Cuiabá, e, depois de rodar o mundo, retornou à terra natal, onde vive e sonha.

A obra reúne dois contos inéditos. "Toada do Esquecido" narra a história de um assalto mal sucedido cometido por um grupo de comparsas. Carregando uma fortuna em ouro, eles sonham com um futuro de glória e riqueza, enquanto uma realidade torpe e insana os persegue. Em "Sinfonia Eqüestre", a questão fundiária e a disputa pela posse de terra se confrontam com o sentimentalismo dos personagens. A presença dos cavalos entremeia toda a narrativa.
O texto fluente e, por vezes, desconcertante de Dicke conduz (ou arrasta) o leitor a cantos escuros da paisagem e da alma dos personagens. Em seus escritos, transparece também a alma de um homem preocupado com o excesso de barulho no mundo, angustiado com a destruição da natureza, crítico da globalização que "inferniza tudo, faz tornar igual a todos os lugares deste mundo".

O autor
Considerado um dos grandes nomes da literatura brasileira, Ricardo Guilherme Dicke já foi colocado no mesmo patamar de Machado de Assis pela escritora, poeta, cronista e dramaturga Hilda Hilst.

O jornalista, escritor e diretor do Jornal de Contos, Hélio Pólvora, presidente da Fundação Cultural de Ilhéus, já se pronunciou sobre a ficção de Dicke: "Há uma prosa de ficção certinha, correta, bem administrada e que, no entanto, não nos comove. É fria, foi escrita sem alma. E há outra bravia, excessiva, barroca, com um poder quase mágico de nos tocar e arrastar de imediato".

O jornalista e crítico literário Leo Gilson Ribeiro também: "É uma erupção viva, uma chaga aberta, é um grito de vitalidade do que existe de mais contemporâneo na literatura brasileira: a que se integra nas renovações artísticas do seu tempo e indica uma segura individualidade pioneira".

Também já disse sobre Dicke o cineasta Glauber Rocha: "Ricardo Guilherme Dicke é o maior escritor vivo do Brasil".

"Ricardo Guilherme Dicke é um dos maiores escritores do Brasil. Pena que seu talento fantástico não é conhecido por todos, pois ele fez a opção de ficar fora do eixo Rio-São Paulo. Lembro da minha satisfação de conhecer um pouco de sua obra lendo 'Deus de Caim'. Ele ainda era muito novo e vi ali a presença de um grande escritor". A declaração é da escritora Nélida Piñon, que foi homenageada na Literamérica 2006, em Cuiabá, e fez questão de conhecer Dicke pessoalmente. No bate-papo entusiasmando e emocionante na sala vip da feira, Nélida confessou que se apaixonou assim que leu "Deus de Caim". Dicke, por sua vez, falou de sua admiração por Nélida e confessou o seu desejo de ser um imortal, tal como ela.

Currículo
Ricardo Guilherme Dicke nasceu a 16/10/1936, em Chapada dos Guimarães-MT. Aos 26 anos, casou-se com Adélia Boskov Dicke. Seu primeiro livro, Caminhos de Sol e Lua , foi escrito em uma fazenda, onde também pintou muitos quadros expostos em Cuiabá.

Licenciou-se em Filosofia, especializou-se em Merleau-Ponty e cursou mestrado em Filosofia da Arte, tudo pela UFRJ.

Participou do XV Salão de Arte Moderna, no Rio (1966). Estudou pintura e desenho com Frank Schaeffer e Ivan Serpa. Trabalhou como revisor, redator e tradutor; foi repórter e pesquisador do 2º Caderno de O Globo. De volta a Cuiabá, trabalhou como professor e jornalista e fez diversas exposições de pintura.

Em 2004, recebeu da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) o título de Doutor Honoris Causa. No ano seguinte, seu romance O Salário dos Poetas foi adaptado para teatro e apresentado em Lisboa.

Obras publicadas
Deus de Caim (Edinova, RJ), 4º lugar no Prêmio Walmap (1968);
Como o Silêncio, 2º lugar no Prêmio Clube do Livro (SP, 1968);
Caieira (Francisco Alves, 1978), Prêmio Remington de Prosa (1977);
Madona dos Páramos (Edições Antares, 1981), Prêmio Nacional da Fundação Cultural do Distrito Federal (1979);
Último Horizonte (Marco Zero, 1988);
A Chave do Abismo (Fundação Cultural de Cuiabá, 1986);
Cerimônias do Esquecimento (EdUFMT, 1999), Prêmio Orígenes Lessa da UBE (1995);
Rio Abaixo dos Vaqueiros e O Salário dos Poetas (Secretaria de Cultura de Mato Grosso, 2001);
Conjunctio Oppositorum (Secretaria de Cultura de Mato Grosso, 2002);
Toada do Esquecido & Sinfonia Eqüestre (Carlini & Caniato Editorial/Cathedral Publicações, 2006).

Onde encontrar
Em Mato Grosso
Cuiabá
Distribuidora de Livros Paratti Ltda
(65) 3624 5229
Livraria Janina
(65) 3622 1234
Livraria Adeptus
(65) 3618 3012
No Rio Grande do Sul
Porto Alegre
Wilson Distribuidora de Livros Ltda
(51) 3221 5931
Em Minas Gerais
Belo Horizonte
Dialogo Distribuidora de Livros Ltda
(31) 3274-7900
Em São Paulo (capital)
Livraria Cultura S. A. Paulista
(11) 3170-4033
Em São Paulo (interior)
Araçatuba
Livraria Nobel/Nobel Araçatuba Mania Distribuição e Comércio
(18) 3625-9394
Livraria da Vila
(11) 3814-5811
Livraria Sobrado
(11) 5052-3540
Informações:Neusa Baptista - 9287 9400 Doi2 Comunicação & Idéias3664 1984

Nenhum comentário:

Postar um comentário