Sobre a obra
A obra é muito mais do que um relato (diário de campo) do então missonário Thomáz, é um verdadeiro registro histórico sobre o contato e a convivência com os índios Enawenê-Nawê de Mato Grosso e sobretudo pela proposta de uma nova política de atuação missionária pela qual o autor lutou.
Em 1962, Thomaz foi escalado para ser mestre por três anos junto à Missão Anchieta, no internato indígena de Utiariti, no noroeste de Mato Grosso, a 600 km de Cuiabá. Thomaz e os jesuítas tinham a missão de cristianizar e civilizar. Responsável por 35 meninos de diferentes etnias, com idades entre sete e doze anos, distanciados de suas famílias por inúmeras razões, ele observou que aquele modelo de missão estava totalmente equivocado e percebeu que deveriam ter a oportunidade de serem criados e educados de acordo com suas culturas, por suas respectivas famílias e em suas próprias terras. Mas não havia territórios indígenas demarcados e todos os povos estavam em franco extermínio: em Mato Grosso, mais de trinta povos já estavam com suas populações reduzidas a menos de 200 pessoas. Thomaz juntou-se a alguns companheiros jesuítas e iniciou, primeiro no interior da ordem, a construir uma nova trajetória de atuação, alternativa ao extermínio físico e cultural que estava imposto aos indígenas no Brasil.
A narrativa histórica dos primeiros contatos com o povo Enawenê-Nawê assume relevâncias, por ser uma iniciativa rara de um contato planejado, cauteloso e vivenciado na prática por equipes que sempre se comprometeram com o calendário e a lógica cultural Enawenê. Em 28 julho de 1974, dia oficial do contato pacífico, 97 pessoas compunham aquela sociedade. Hoje, mantendo espetacularmente sua cultura e dignidade, são 600 Enawenê-Nawê.
Neste ano de 2010, no dia 5 de novembro, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural definiu que o ritual yaokwa dos índios Enawenê-Nawê, seja considerado patrimônio cultural brasileiro. A decisão faz com que esse bem imaterial passe a ser protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Sobre o autor
Foi vice-presidente do CIMI – Conselho Indigenista Missionário. Atuou junto aos povos Rikba-ktsa, Tapayuna, Nambikwara, Irantxe. Coordenou a equipe da Missão Anchieta que estabeleceu contato com os povos Myky (1971) e Enawenê-Nawê (1974). Em 1987 casou-se com uma jovem Myky, Njãkau. Tem um casal de filhos e três netos. Mora na aldeia Japuíra do povo Myky, a 50 Km de Brasnorte-MT.
FICHA
Autor: Thomaz de Aquino Lisbôa – “Jaúka”
Edição: 1ª
Ano de publicação: 2010
ISBN: 978-85-8009-010-9
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm
Número de páginas: 112
Gênero: Depoimento histórico e antropológico
Editora: Carlini & Caniato
Preço de capa: R$ 24,00
Contato
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